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sUBMARINe em discurso directo |
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UZI - Quando é que começaram?
sUBMARINe - Começamos a trabalhar juntos em Fevereiro de 2000, quando o Jorge foi convidado para tocar no Coliseu do Porto na cerimónia de entrega dos Prémios Maqueta 99. O projecto surgiu inicialmente pela mão do Jorge, mas com o convite para tocar no Coliseu, ele procurou músicos que o acompanhassem em palco. Daí a passarmos a trabalhar juntos a tempo inteiro foi um pequeníssimo passo.
UZI - Formação da banda?
Actualmente estamos a tocar com a mesma formação (de instrumentos) que no ano passado, os músicos é que são outros… Estou eu (Luís) nas máquinas e no saxofone, o Jorge na voz, o Filipe nas guitarras. Temos 2 elementos novos, o Pedro na bateria e percussão e o César no baixo.
UZI - Como é que se definem musicalmente?
Ora aí está uma pergunta que eu tenho muitas dificuldades em responder, mas também não me preocupo muito. O nosso som percorre vários espectros musicais, da pop ao hip-hop, do trip-pop ao dub, passando pelo pós-bop e lounge, algumas sonoridades que nos transportam aos anos 80 (não muito demarcadas, mas mais subtis).
UZI - Estão atentos ao desenvolvimento de novas correntes musicais? Qual a influencia que estas têm no desenrolar do trabalho dos submarine.
Procuramos estar sempre por dentro do que de novo surge no panorama musical, isto naturalmente dentro dos parametros por nós definidos, porque são estes que influem directa ou indirectamente no nosso processo criativo e fazemos questão de sublinhar isto sem qualquer tipo de preconceito. Devo dizer que o eixo Ninja Tune, Compost , F-Com entre outras, mas especifico estas por serem aquelas que repentinamente, contribuíram largamente no momento criativo deste disco e de outras coisas que já deixamos para traz .
Um exemplo concreto que te posso dar é o caso de spaces&places, o disco estava para sair em Maio do ano passado, porém surgiu uma proposta de uma editora para editar o álbum. Estivemos a conversar e não chegamos a acordo… O álbum podia então ter saído em Outubro de 2003, mas optamos por reorganizar o disco, colocamos alguns temas novos e fizemos alguns arranjos… Preferimos esperar mais um bocado e fazer um refresh ao disco.
UZI - Qual é que foi o feedback que receberam em relação ao lançamento do anterior EP?
Relativamente ao “OK”, o retorno que recebemos por parte dos mídia foi bastante positivo, inclusivamente com os temas do disco a rodarem nas rádios (entrando em alguns casos para a playlist), o que aumentou a nossa responsabilidade em relação ao disco que agora surge em formato longa duração. Esta situação já havia acontecido com o “World Flavours”, o qual alguns sectores especializados em critica musical consideraram um dos melhores discos de 2002, embora tivesse tido pouca exposição mediática.
UZI - O que esperam deste primeiro álbum?
Esperamos em primeiro lugar, que este não defraude as expectativas daqueles que sempre acreditaram naquilo que nós fazemos. Em segundo alargar o espaço de visibilidade do projecto e continuar desta forma a fazer aquilo que em 2000 propusemos a nós próprios (música da qual gostamos) a mostrar essa mesma música ao maior número possível de pessoas.
Penso que é um bom disco que nos poderá abrir mais portas em termos de contactos e futuras colaborações.
UZI - Sentem que há um público fiel que vos acompanha nos já muitos espectáculos ao vivo que têm realizado?
A partir de 2002, sentimos que as pessoas começavam a querer conhecer melhor os sUBMARINe, quer aparecendo nos concertos, quer nos convites que tivemos para programas de televisão ou em rádio, quer pedindo discos via net, o que foi gratificante para nós uma vez que tudo isto levou a que fizessemos muitos concertos.
UZI - Onde se sentem melhor? Estúdio? Ao Vivo? A descansar? A ver a bola?
Sentimo-nos bem em todas as situações, sendo que cada uma delas tem a sua importancia. O estúdio é bom porque é o local onde se cozinha todo o factor criativo, para depois podermos servir tudo ao vivo ou em disco, da melhor forma que sabemos e quando tudo corre bem então venha o descanso e se possível com a bola.
UZI - Spaces and places é um álbum gravado, produzido e distribuído pelos submarine. Como é estar nesse papel?
Este albúm marca também o arranque da nossa editora TAWM (The Acoustic Wash Machine) em termos oficiais. Esta vai servir para o lançamento dos trabalhos dos sUBMARINe enquanto colectivo e também para que os membros do projecto num futuro próximo possam exprimir-se a solo se assim o entenderem e será também um espaço aberto enquanto editora a outros projectos. Desta forma e para responder em concreto à questão a nossa multi-função, será um garante de que o disco vai de certeza chegar a quem nós queremos que chegue e ao público em geral a um preço que se pode considerar justo, ou seja nos concertos o disco será vendido a 5 euros e via net a 7.50 euros.
O facto de seres tu a gravar e produzir as tuas músicas tem as suas vantagens e os seus inconvenientes. Em primeiro lugar, se fores tu próprio a produzir, tens de saber muito bem o que pretendes, isso é muito importante. Quando se dispõe de um estúdio 24h por dia e 365 dias por ano, quando já se tem uma ideia de como vai ser o produto final e se tiveres conhecimentos de gravação e produção, é um bom caminho seres tu próprio a gravar e a produzir. Foi o que fizemos… Tivemos também algumas participações no disco, o que foi bom.
UZI - Submarine até quando?
Este é um projecto onde a democracia impera, quando se mostra envolvência e espirito de entre-ajuda. Neste contexto qualquer dos seus elementos, pode exprimir o seu sentimento em relação a tudo a que ele diga respeito e quando não existir quorum cada um seguirá o seu caminho. Assim sendo num universo em que 5 pessoas podem discutir abertamente qualquer assunto funcionando em comunidade familiar espero que os sUBMARINe durem muito tempo.
UZI - É fácil divulgar música não especialmente dirigida ao grande publico no nosso país? Tem sido fácil agender concertos e encontrar espaços de divulgação nos media para o vosso trabalho?
Não sendo este tipo de som mainstream, é natural que temos que nos virar para a fatia que queremos atingir, o que se torna mais fácil uma vez que vamos directamente ao target em vez de estarmos a disparar às escuras. No que diz respeito a concertos, já existe um circuito razoável de norte a sul para se mostrar não só a nova música nacional mas também outras formas de arte (spaces&places vai ser apresentado na Casa das Artes de V.N. Famalicão a 21 de Maio, no café-concerto). Os media estão a dar cada vez mais importância a tudo o que se faz a nível nacional, e para isso tem contribuído em muito o espaço que a net veio conceder a quem também gosta de escrever sobre a nova cultura deste país que muitas vezes parece moribundo. No que aos sUBMARINe diz respeito só podemos estar bastante gratos pela cobertura que temos tido, por parte dos media.(LP) « |
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