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The Moldy Peaches |
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Pêssegos em calda.
O pêssego em calda não é a melhor iguaria gastronómica que existe. Não é saudável, não se compara a um pêssego fresquinho acabado de colher da árvore, nem serve para fazer compotas de Outono. Mas quem é que nunca teve o desejo de comer uma lata de pêssego em calda, mesmo com a sensação de estar a ingerir porções de borracha colorida e aromatizada? Os Moldy Peaches são exactamente assim. Não são a melhor banda que existe mas apesar de tudo apetece ouvi-los. Mesmo sem saber porquê.
Adam Green e Kimya Dawson conheceram-se numa loja de discos em Nova Iorque e passado alguns meses já partilhavam o palco com os “The Strokes”. Os 19 temas do seu álbum homónimo parecem tocados em casa, na garagem, no corredor, ou em qualquer outra divisão (vulgo “lo-fi”?). Sem grandes arranjos (ou até “completamente desarranjadas”) são acima de tudo melodias simples, com princípio meio e fim, despidas de artifícios mirabolantes. Duetos descomprometidos, onde duas personagens cúmplices parecem dizer tudo aquilo que lhes apetece, sem preocupações líricas.
Amigos ou algo mais? Nunca saberemos. Porém, versos como “I wake up in the morning / put on my yellow shirt / I get a bite to eat / I go to work” transformam-se em verdadeiras canções e três acordes de guitarra, aparentemente desafinados, acabam por fazer sentido.
Em “Downloading porn with davo” e “NYC’s like a graveyard” piscam o olho a outros casais famosos como Meg e Jack White (“The White Stripes”) e VV e Hotel (“The Kills”). No final, a “Goodbye Song” parece ter sempre existido a encerrar todos os discos. Adam Green pode nunca ter aprendido a cantar e Kimya Dawson pode já não gostar dele mas sabemos que um final assim vale sempre a pena relembrar. “Say goodbye / I won’t cry / Old friend, see you again…”(JN) « |
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Título |
The Moldy Peaches |
Artista |
The Moldy Peaches |
Editora |
Rough Trade UK |
Ano |
2001 |
Site oficial |
www.moldypeaches.com |
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